A energia eólica offshore, gerada por turbinas instaladas no mar, representa uma das maiores oportunidades para expansão da capacidade renovável do Brasil. O país possui uma costa de mais de 7.000 quilômetros com ventos constantes e intensos, condições ideais para essa tecnologia que já é amplamente utilizada na Europa.

Estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que o Brasil tem potencial para gerar mais de 700 GW de energia eólica offshore, quantidade superior a toda a capacidade instalada atual do país. Esse potencial está concentrado principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, onde os ventos oceânicos são mais favoráveis.

A energia eólica offshore apresenta vantagens significativas em relação à eólica onshore (em terra). Os ventos no mar são geralmente mais fortes e constantes, resultando em maior fator de capacidade e geração mais previsível. Além disso, as turbinas offshore podem ser maiores que as terrestres, aumentando a eficiência de geração.

Diversos projetos de parques eólicos offshore estão em fase de licenciamento no Brasil. Estados como Ceará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul são considerados prioritários para os primeiros empreendimentos. O desenvolvimento dessa indústria promete gerar milhares de empregos, tanto na construção quanto na operação e manutenção dos parques.

Os desafios para implementação dessa tecnologia no Brasil incluem a necessidade de desenvolvimento de infraestrutura portuária especializada, formação de mão de obra qualificada e estabelecimento de um marco regulatório específico. A ANEEL e o MME têm trabalhado na elaboração de normas que permitam o desenvolvimento ordenado do setor.

O custo da energia eólica offshore vem caindo rapidamente no mundo todo, tornando-se cada vez mais competitiva. Com o avanço tecnológico e a escala de produção, espera-se que os primeiros projetos brasileiros sejam economicamente viáveis e atraiam investimentos nacionais e internacionais.

A integração da energia eólica offshore à matriz brasileira contribuirá para a descarbonização da economia, redução da dependência de fontes térmicas e fortalecimento da segurança energética do país.